O famoso e sonho de muitos aquela época
Primeira geração brasileira
O nome
Escort em inglês significa
Acompanhante ou
Escolta.
Foi criado com visual moderno e esportivo, com três ou cinco portas
lançados ao mesmo tempo – uma novidade para a época – e cores vibrantes,
como o azul cobalto e vermelho. Os modelos disponíveis eram o básico,
L, GL, Ghia e XR3, sendo este último a versão com apelo mais esportivo
de toda a linha. As versões L e GL podiam vir inicialmente com motor CHT
1.35L de 56,8/63,5 cavalos (G/A) ou CHT 1.6L de 65,3/73,4 cavalos
(G/A), enquanto as versões Ghia e XR3 só vinham com a unidade de 1.6L.
Dentre os mais desejados, destacava-se o XR3, com seus defletores
aerodinâmicos, rodas aro 14, teto solar e bancos esportivos, formando um
visual muito moderno para a época. O motor era 1.6L a álcool, com 73,4
cavalos, números que não faziam jus à esportividade sugerida pelo visual
externo.
Em abril de 1985 surgia a versão XR3 conversível (cabriolet),
primeiro conversível nacional fabricado com o aval de uma grande fábrica
(antes deste modelo apenas o
Volkswagen Karmann Ghia havia sido fabricado nesta configuração no
Brasil),
também com motor CHT 1.6L. O projeto e a produção deste novo modelo
eram cuidadosas, e foi feita em parceria com a Karmann Ghia do Brasil
Projetos Especiais, sediada em São Bernardo do Campo, SP. Logo esta
versão também se tornou altamente desejada, e virou um sucesso, dando
status à seus proprietários. No final de 1989, o acionamento da capota
conversível passou a ser por comando eletro hidráulico. Em 1996 o modelo
conversível deixou de ser produzido.
Em 1987, o
Ford
Escort teve sua primeira reestilização, também baseada na matriz
européia, com parachoques envolventes, ausência de grade frontal e
lanternas traseiras lisas, além de novo interior. Mudou-se o Escort XR3,
que ganhou vidros elétricos, três cavalos a mais de potência e perdeu
os faróis de neblina no parachoque, permanecendo apenas os de milha na
altura dos faróis principais. Mas foi em 1989 a maior mudança: com a
criação da holding Autolatina (união entre
Volkswagen e
Ford na
América Latina),
o Ford Escort ganhou como opção o motor da família AP da Volkswagen, de
1.8L com 90 cavalos na versão Ghia e 99 cv no XR3, dando um desempenho
muito mais interessante, principalmente na versão XR3, que ganhou novo
ânimo e a esportividade que faltava. O câmbio veio do
Golf alemão da época. No fim de 1991, já com a linha 1992, o Escort ainda ganhou a versão
Guarujá
com motor 1.8, única com quatro portas na linha desde 1986, quando a
Ford tirou a opção do catálogo pelas baixas vendas. Essa versão não teve
sucesso, devido ao fato de ser a única versão produzida na Argentina,
país que na época tinha a má-fama de produzir carros de qualidade
bastante duvidosa.
Segunda geração brasileira
A
segunda geração chegou em fins de 1992 já como linha 1993, nas versões
L, GL, Ghia, XR3 e XR3 conversível. A partir daí, os motores CHT
passaram a usar a nomenclatura "AE". A versão L vinha com motor AE 1.6L.
A GL podia vir tanto com o AE 1.6L quanto com o AP 1.8L de origem
Volkswagen. A Ghia vinha apenas com motor AP 1.8L. Todas essas versões
ainda usavam carburador e tinham versões a gasolina e a álcool. Já o XR3
chegou com motor AP 2.0i a gasolina, com injeção eletrônica monoponto e
115,5 cavalos. Na linha 1994, o XR3 ganhou injeção multiponto no motor
2.0L e uma versão abastecida a álcool com 122,4 cavalos, enquanto todas
as outras versões abandonaram o arcaico carburador e passaram a usar
também injeção FIC, porém monoponto. Em 1995, o XR3 ganhou novas rodas e
ajuste de altura do volante. Com o lançamento da nova geração do
Escort, a antiga geração permaneceu em produção, ganhando na linha 1993 a
nomenclatura Hobby e motor AE 1.6L. Em 1994, o Hobby ganhou o motor AE
1.0L de 50cv do Volkswagen Gol 1000, após incentivo governamental a
motores dessa capacidade. Em 1996, a produção foi transferida para a
Argentina para abrir espaço para produzir a nova geração do
Fiesta
no Brasil e o modelo perdeu as versões Ghia, XR3 e XR3 conversível,
além da Hobby, da geração anterior, e do motor AE 1.6i, diminuindo muito
a linha. Sobraram só as versões GL (equivalente à antiga L) e GLX com
motor AP 1.8i e a nova versão Racer, com motor 2.0i, que tinha intenção
de substituir o XR3, sem sucesso devido à extrema simplicidade, pois não
havia mais os bancos Recaro, a frente diferenciada e os fartos itens de
conforto do XR3. Toda a linha passou a utilizar a grade frontal de
formato oval (que vinha nos Escort europeus desde 1992), além de
parachoque na cor do carro. Essa linha durou apenas 6 meses no mercado,
queimando o modelo, que já não estava bem nas vendas

Terceira geração brasileira: O Escort Zetec
A terceira geração chegou no fim de 1996, na linha 1997, com o moderno motor Zetec 1.8 16v de 115 cavalos fabricado na
Inglaterra, encerrando a presença dos velhos motores
Volkswagen
na linha. Oferecido inicialmente nas versões hatch de 4 portas, station
wagon (inédita no Brasil) e sedã de 5 portas (esse na verdade um Verona
renomeado), em versões GL e GLX, o carro fez sucesso. Em 1998, a linha
ganhava novamente carroceria 2 portas, nas versões GL e RS, ambas com o
mesmo motor Zetec 1.8 16v do resto da linha. No fim de
1999, com a chegada do
Ford Focus,
sucessor natural do Escort na Europa, o sedã e o hatch de 2 portas saem
de linha pela baixa procura e o resto das versões tem apenas alguns
retoques na grade e ganho de poucos equipamentos. Em 2000, a linha
ganhava motor Zetec-Rocam (Duratec 8v) 1.6L de 95 cavalos para o hatch e
a station, que era oferecido somente no GL (que ao contrario do que
muita gente pensa, o GL também tinha opção de motor 1.8 até o fim de sua
produção, no final de 2002, já como modelo 2003), rebaixando o modelo
para abrir espaço para o recém-chegado
Focus. O modelo então permaneceu sem alterações até sair de linha em 2003. Sua carreira de 20 anos no
Brasil chegava ao fim, e o Focus tomava definitivamente o seu lugar no segmento médio.