O Opala foi, sem sombra de dúvidas, um
dos mais emblemáticos carros lançados por nossa indústria. O seu projeto
foi baseado no Opel Rekord, carro produzido na Alemanha nos anos 60 e
que era equipado com um modesto motor 4 cilindros 1.7 de cerca de 70cv.
Para lançá-lo aqui no Brasil, a GM ousou:
Adaptou nele um conjunto motor/câmbio de origem norte-americana que, se
não era o mais moderno, pelo menos esbanjava robustez e muito torque.
No Salão do Automóvel de 1968, a GM apresentava orgulhosa sua criação,
que era um misto de design europeu com mecânica norte-americana e uma
pitada de criatividade da engenharia brasileira, que colocou tudo isso
para funcionar junto.
O novo carro logo caiu nas graças do
consumidor brasileiro e passou a ser o sonho de consumo de uma classe
média que começava a ressurgir em uma economia que dava sinais de
florescimento. O Opala sempre foi oferecido com duas versões de
motorização: um 4 cilindros de 2.5 litros que desenvolvia cerca de 80cv
dos padrões da época e um 6 cilindros de 3.8 litros que desenvolvia
cerca de 125cv, potência altíssima para qual o carro havia sido
originariamente criado na Alemanha.
Principalmente o enorme peso do motor 6
cilindros, todo fundido em ferro, fazia com que houvesse uma grande
concentração de peso no eixo dianteiro, tornando a traseira extremamente
leve. Um desafio que obrigou a um trabalho muito grande de nossa
engenharia para corrigir esse descompasso.
Em 1970, foi apresentado o Opala SS: um 4
portas que ostentava sob o capo um motor 6 cilindros de 250 pol³ ou
4100 cm3, que era uma evolução do motor 3.8. Se ele não tinha muito mais
potencia que seu irmão 3.8 (125cv contra 140 do novo motor) pelo menos o
torque aumentava substancialmente, melhorando as arrancadas, retomadas
de velocidade e melhorando bem a dirigibilidade. Em 1972 chegou a versão
cupê, um 2 portas mais harmônico e elegante para as pretensões
esportivas do Opala SS.
Mas chegou 1974 e a Ford apresentou aqui
no Brasil o Maverick, resposta da marca ao grande sucesso do Opala. O
Maverick possuía uma versão GT, equipada com um motor V8 de 302 pol³ ou 5
Litros que, em termos de desempenho, dava um verdadeiro banho no Opala
SS.
Mas a resposta da GM foi imediata: quando
nas pistas de corrida, o Maverick V8 estava dando um verdadeiro passeio
em cima do Opala, a engenharia de motores da GM desenvolveu rapidamente
o lendário motor 250-S. Ao invés dos 140cv que desenvolvia o 250 pelos
padrões da época, o 250-S, depois do preparo de fábrica, passou a
desenvolver 171cv.
A receita foi básica: aumento da taxa de
compressão, comando de válvulas especial com tuchos mecânicos e
carburador de corpo duplo. Com esse pequeno arranjo, o motor 250 virou
um verdadeiro 250-S, uma fera que fez o Opala renascer nas pistas de
corrida e, posteriormente em nossas ruas e estradas.
A partir de 1976, o Opala SS ganhou como
equipamento de série o motor 250-S, que até então vinha sendo oferecido
opcionalmente para aqueles que faziam questão da performance mais
acentuada do novo motor, que dava canseira nos Maverick V8 nas pistas de
corrida.
Uma época de Ouro do Opala, tanto nas
ruas como nas pistas de competições. O Opala foi produzido de 1968 até
1992, sempre com uma sagrada legião de fãs que gostavam da performance
dos grandes motores americanos unidos as linhas graciosas do design
europeu.
O Opala SS em especial começou a ser
produzido em 1970 na versão SS 4100 e foi produzido até os anos 80,
inclusive na versão Caravan SS, apresentada em 1978 e produzida até
1980. O Opala é um desses mitos que está na memória dos brasileiros que
gostam e respiram carro. Um desses carros para se tirar o chapéu e
reverenciar.

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